Capítulo 11

A foz

Ilustración de Marta Zafra

Uma fotografia da construção da ponte D. Luís I, entre os anos de 1881 e 1886, dá-nos as boas-vindas à cidade do Porto. Uma referência de modernidade que atravessa a beleza de um Douro eterno. As mulheres empenham-se a lavar a roupa nas águas vindas de longe. Mais de novecentos quilómetros percorridos desde os Picos de Urbión levando consigo trechos de poemas, romances e séculos de história.

Aurélio da Paz dos Reis

Perspetiva da Ribeira, vendo-se aspeto da ponte D. Luís I

Oporto, c.a. 19101

© Deutsche Fotothek / Hans Praesent

Emilio Biel e Companhia

Construção da ponte D. Luís I

Oporto. 1883

Arquivo Municipal do Porto

Artur Pastor

Lavadeiras na Ribeira

Oporto. 1950-1970

Arquivo Municipal de Lisboa

Bain News Service

Vista do Porto

1950-1970

Library of Congress

Artur Pastor

Lavadeiras no rio

1950-1970

Arquivo Municipal de Lisboa

Arthur Bensabat Benarus

Embarcações no Douro

1910 ca.

Arquivo Municipal de Lisboa

Foz do Douro

Eis a nossa incursão pelo Douro, um rio a que Unamuno deu o nome de Dorium-Duero-Douro, e que agora acaba por se fundir irremediavelmente na imensidão do oceano. E recordando os versos de Jorge Guillén, perguntamo-nos: Deixas ou levas contigo os dias perdidos?

Río con riberas
de historias y mitos:
¿Dejas o te llevas
los días perdidos?

Jorge Guillén
Cántico
1928

Aurélio da Paz dos Reis

. Foz [do Douro na época balnear: banheiros levando grupo ao banho]

1900

Centro Português de Fotografia

Aurélio da Paz dos Reis

Foz do Douro en temporada de baño. Banistas

1900

Centro Português de Fotografia

Dorium-
Duero-
Douro

En su Foz Oporto sueña
con el Urbión altanero;
Soria en su sobremeseta
con la mar toda sendero.

Árbol de fuertes raíces
aferrado al patrio suelo,
beben tus hojas las aguas,
la eternidad del ensueño.

Miguel de Unamuno
"Dorium-Duero-Douro" [Fragmento final] Cien años de Poesía. Poetas contemporáneos en sus verso